Curso dos Mestres Ascensionados

 

Somos como pássaros, interiormente cheios de vida, mas dela totalmente inconscientes, impossibilitados de torná-la consciente em suas infinitas possibilidades, por causa da fina casca formada por nossos condicionamentos, os quais nos mantém atados, atarefados, num estado de constante agitação e ansiedade. Do mesmo modo que o pássaro, enquanto não chegamos ao ponto de saturação quanto à limitação de nosso pequeno espaço de ação, enquanto não sentimos acima de tudo, a Divina Ânsia, o Divino Chamado para a Liberdade, não tomamos consciência da resistência da casca dos condicionamentos que limitam nosso movimento. Quando ocorre essa bendita saturação — que inicialmente pode se mostrar profundamente dolorosa — passamos a perceber como nunca antes o quanto estamos envolvidos por essa casca.

Num primeiro instante, não sabemos nem por onde começar a investigação por uma possibilidade de saída capaz de proporcionar a liberdade de nós mesmos. Quando se dá essa saturação, pela ação da observação da casca, pelo olhá-la face a face, sem querer, nos é revelado um ponto onde toda resistência protetora, dá lugar a uma pequena rachadura, uma pequena fresta, por onde, pela primeira vez, nosso pequeno e limitado mundo se vê invadido por esta quântica e calorosa luz solar, que é a luz do Ser que nos faz ser. A beleza dessa luz, a delicia desse suave calor, a doçura da suavidade dos sons que se fazem presentes através desse primeiro contato, é o que faz com que o pássaro se dê ao necessário trabalho para romper definitivamente com as casas que um dia lhe serviram de proteção, mas que agora, se mostram o motivo de sua limitação de estar num mundo de verdadeira relação. Com alegria, o pássaro deixa a antiga proteção, a antiga e limitante zona de conforto, para sair em direção ao Aberto, ao grande Aberto que é a Vida do Ser. É aqui que ocorre a ação do despertar de uma vida de liberdade, um estado de ser, consciente do Ser que nos faz ser, consciência essa que é a essência da verdadeira liberdade do espírito humano. Aqui, a segurança não está mais nos antigos valores, mas na constante manutenção, momento a momento, deste caloroso contato com o Ser que nos faz ser.

Todo homem que tem sua face beijada pelo calor do Sopro que lhe habita, pelo calor do Sopro que o permite ser, para este homem, nada mais se sobrepõem em importância, nenhuma necessidade tem mais importância, do que estar em constante contato consciente com esta Presença Real, esta Presença Real, que agora sente como sua Real Natureza. Não perder o contato com este Sopro, não perder o contato com este benfazejo calor, com esta Chama que arde suavemente, amorosamente no centro de seu peito, chama esta que agora se faz espelhada em toda forma física que se apresenta diante dos olhos deste bem-aventurado homem, é a única coisa que sente realmente ser necessária.

A partir daqui, tudo que é feito, é feito mediante este Estado de Presença, este estado de presença, que a tudo qualifica, que a tudo traz uma nova energia, cuja essência é amorosa integração. A isto deu o nome de “o Ser Quântico na física nossa de cada dia”.

Enquanto nosso modo de vida anterior se fazia apertado, limitado, emocionalmente isolado e solitário, totalmente destituído de relacionamentos nutritivos, dotados de real intimidade e não com aquela trivialidade e superficialidade costumeira, pelo rompimento das limitantes cascas de seus condicionamentos intelectuais, seu modo de estar na vida é agora batizado por uma Quântica de infinitas possibilidades: a Quântica do Ser. Aqui, tudo passa a ser uma grande aventura de leveza, uma grande aventura de autodescobertas que se apresentam, se revelam, sem o mínimo esforço ou resistência por parte desse “novo homem pássaro”, deste homem pássaro que não busca as alturas pelas asas de cera do intelecto, mas sim, pelas seguras asas quânticas do Ser. Somente com estas asas, é que podemos nos aventurar em voos nunca antes ousados, por esse imenso céu azul de amor, no qual sempre estivemos gravitando de forma acelerada, inconsciente e emocionalmente distantes, tanto de nós mesmos, quanto deste maravilhoso céu.

Em cada um de nós, mesmo nos melhores dias de nossa colorida prisão, de nosso apertado “ovo quântico”, espaço apertado pelas cascas dos nossos condicionamentos, sempre sentimos no mais fundo de nosso ser, os alertas de uma pequenina e suave voz, sempre nos convidando ao questionamento de nossas ações, de nossas escolhas infundadas, um questionamento quanto a possível existência de um modo de vida mais espaçoso e dotado de real bem-estar. Esse sussurro quântico, esse chamado de infinitas possibilidades, sempre esteve aqui, mas, nossa casca de compromissos umbigóides, sempre nos impediu de entrar em contato, de forma consciente, com suas “Quânticas Palavras de Fogo”. Digo “Quânticas Palavras de Fogo” porque, quando rompem as cascas de nosso limitado mundo autocentrado, o calor de suas chamas, sua forte luz, nos cega para os antigos olhares que sempre apontavam para resultados de escuridão. Essas “Palavras de Fogo” queimam tudo que não é essencial, queimam tudo que não é real, que não é verdadeiro; queimam tudo que é produto das escolhas e maquinações do intelecto e que não é resultado direto de uma expressão amorosa do Ser que nos faz ser, queimam tudo que não é produto de nossa Real Natureza. Tudo que é fruto de nossa personalidade, de nosso limitado eu, independente dos resquícios de nossa obstinada resistência protetora, acabam incendiadas sem o menor sinal de cinzas. Tememos essas “Palavras de Fogo” de nosso Ser Quântico porque sabemos que nosso fraudulento modo de estar em nosso limitado mundo, após sua escuta, não tem mais como se manter vivo.

A Quântica do Ser, através dessas internas “palavras de fogo” que queimam, — não em nossa mente, mas em nosso coração —, potencializam a física de nosso mundo externo, nas bases sólidas e seguras da simplicidade amorosa. Quando isto ocorre, toda complexidade do intelecto, derrete sem deixar cinzas, derrete no ardor desta Chama sem fumaça. Não sobra nada, não fica nada para guardar; somem todas as perguntas, desaparece a ânsia pela busca. Em seu lugar, fica apenas a necessidade salutar de momentos de silêncio, de momentos de sagrado ócio onde essas calorosas e “Quânticas Palavras de Fogo”, nos revelam uma poderosa direção que quantifica e qualifica nosso mundo de relação física.

Meu amigo permita-me lhe perguntar agora:

O que foi dito até aqui, mesmo com a limitação das palavras usadas por este orador, não aguçam sua “Quântica curiosidade”?…

Conhecer um mundo livre de limitações intelectuais, poder voar neste imenso céu azul de infinitas possibilidades, sem o mínimo esforço, sempre seguro nas asas do Ser que lhe faz ser, — isto não lhe parece um irresistível convite?…

(……..)

Nelson Jonas R. de Oliveira

Os oráculos gregos já aconselhavam, centenas de anos antes de Cristo: “Conhece-te a ti mesmo”.

Próximas turmas em OUTUBRO!!!